quinta-feira, 1 de março de 2018

UMA ECONOMIA PARA OS 99%

FICHAMENTO ANALÍTICO


A desigualdade econômica é uma realidade que é caracterizada pela estrutura da própria economia, que beneficia os mais ricos e despreza os mais pobres. Apesar do grande interesse do Fórum Econômico Mundial de erradicar a pobreza, promovendo uma prosperidade compartilhada, o abismo entre os ricos e o restante da sociedade aumentou, a ponto de 1% da população rica, detenha mais riqueza que o restante do planeta. Isso porquê enquanto a renda dos 10% mais pobres aumentam cerca de US$ 65 entre 1988 e 2011, a dos 1% mais ricos aumentou cerca de US$ 11.800, ou seja, 182 vezes mais. Essa situação é extremamente grave, pois essa desigualdade gera muitos efeitos colaterais, como por exemplo o aumento da criminalidade e a insegurança.

As causas dessa desigualdade estão diretamente relacionadas aos super-ricos e as grandes empresas que trabalham exclusivamente para os que estão no topo. Enquanto as ações de empresas enriquecem cada vez mais os executivos, os trabalhadores e fornecedores são pressionados, tendo os seus salários inalterados e, e em alguns casos, até diminuído. Sem falar da evasão fiscal, que fazem com que os lucros das empresas aumentem, pelo fato de pagarem menos impostos, o que nos faz acreditar que para lucrar, vale qualquer coisa, e o restante do mundo vive vedado por uma fachada enganosa que camufla os problemas sócias e a maldita corrução.

O atual período econômico em que vivemos e que favorece o 1% da população, está baseada em uma série de falsas premissas que fundamentam muitas das políticas, investimentos e atividades de governos, empresas e indivíduos ricos, e que não se importam com a necessidade do restante do mundo, que sofre com a pobreza. Dentre as premissas existentes, a que mais causa medo é a que diz que a riqueza individual extrema é benéfica e um sinal de sucesso, e a desigualdade não é relevante. Ideias como essa precisam ser desmistificadas rapidamente. Elas são desatualizadas, retrógradas e não conseguiram gerar um ambiente de prosperidade e estabilidade compartilhadas. Elas estão nos empurrando para o abismo.

Analisando essas informações, é perceptível que surja um novo senso comum, para que seja possível o começo de uma nova economia, que tenha o objetivo de beneficiar os 99%, não o 1%, onde os governos não compitam e trabalhem para os 99%, onde as empresas pensem em beneficiar todos, a tecnologia esteja a serviço de todos. A propósito, a humanidade possui talentos e imaginação inacreditáveis, que podem operar nesse sentido, beneficiando a todos.

Referência:

OXFAM (Oxfam Brasil). Confederação Internacional. UMA ECONOMIA PARA OS 99%: Chegou a hora de promovermos uma economia humana que beneficie todas as pessoas, não apenas algumas. 2017. Disponível em: https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/economia_para_99-sumario_executivo.pdf . Acesso em: 28 fev. 2018.

UNIVERSIDADE E CONTEXTO PLANTÁRIO

Componente Curricular: Universidade e Contexto Planetário
Docente: Humberto Actis Zaidan (Lattes)

Ementa:

Debates contemporâneos sobre Ambiente, Culturas, Sociedades, Política, Instituições e Organizações, com foco no contexto planetário e suas relações com a sustentabilidade, contemplando interpretações dos diferentes saberes. Estudo dos processos e dinâmicas ambientais que estruturam e organizam a singularidade de cada sociedade e conjuntura histórica, compreendendo como tais processos afetam sua construção de significados, sua relação com os outros e sua ação sobre o mundo


Objetivos Gerais:

Refletir sobre questões relacionadas à sustentabilidade no contexto planetário, através de conceitos, fenômenos e características estruturantes da modernidade (ocidental? tardia? Contemporânea? Pós...?);


Refletir sobre diferentes projetos de futuro em disputa, tensionados pela crise sistêmica do capitalismo tardio e pela demanda planetária por equidade e sustentabilidade; 


Refletir sobre a posição e o papel da(s) Universidade(s) na superação desta crise sistêmica; 


Proporcionar aos alunos a oportunidade de planejar uma intervenção coletiva (no espaço compreendido entre os vértices ensino-pesquisa-extensão) em algum contexto social, local ou regional, relevante no contexto planetário.


Bibliografia Básica:
BAUMAN, Zygmunt. A riqueza de poucos beneficia todos nós? São Paulo: ZAHAR, 2015. 

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da globalização. São Paulo: Civilização Brasileira, 2006 

MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF: Dossiê: Literatura, língua e identidade, n.34, p.287-324, 2008. Disponível em: www.uff.br/cadernosdeletrasuff/34/traducao.pdf 

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2005. 

TAIBO, Carlos. Decrescimento, crise, capitalismo. Madrid: Estaleiro Ed. 2010. 


Bibliografia complementar:

ACOSTA, Alberto. O Buen Vivir: Uma oportunidade de imaginar outro mundo. 2013 

ACSELRAD, Henri; Bezerra, Gustavo das Neves. Desregulação, deslocalização e conflito ambiental - considerações sobre o controle das demandas sociais no brasil contemporâneo. In: XIII Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional. 

COSTA, Rainer Marinho da. Processo de Bolonha, bacharelado interdisciplinar e algumas implicações para o ensino superior privado no Brasil. Disponível em https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/artigos/processo-de-bolonha-bacharelado-interdisciplinar-ealgumas-implicacoes-para-o-ensino-superior-privado-no-brasil 

DAWBOR, Ladislau. Como as corporações cercam a democracia. Blog Outras Palavras. Disponível em: http://outraspalavras.net/posts/dowbor-como-as-corporacoes-cercam-a-democracia/ 

FELDMAN-BIANCO, Bela. Refugiados: a polêmica global chega ao Brasil. Blog Outras Palavras. Disponível em: http://outraspalavras.net/brasil/refugiados-a-polemica-global-chega-ao-brasil/ 

FARIA, José Henrique de. Por uma Teoria Crítica da Sustentabilidade. Disponível em http://isaebrasil.com.br/sustentabilidade/wp-content/uploads/2016/12/Teoria-cr%C3%ADtica-esustentabilidade-1.pdf 

FOLADORI, Guillermo. Avanços e limites da sustentabilidade social. In: R. paran. Desenv., Curitiba, n. 102, p. 103-113, jan./jun. 2002 

GALEANO, Eduardo. O Império do consumo. Carta Capital - Economia, 2010. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/economia/o-imperio-do-consumo. 

LEHER, Roberto e BARRETO, Raquel Goulart. Do discurso e das condicionalidades do Banco Mundial, a educação superior “emerge” terciária. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- Universidade Federal do Sul da Bahia – Plano de Ensino-Aprendizagem (preenchido pela ED) 5 24782008000300002 

LEHER, Roberto. A universidade reformanda: atualidade para pensar tendências da educação superior 25 anos após sua publicação. Disponível em https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/viewFile/1702/1551 

MORTON, Timothy. Ecology Without Nature. Harvard University, 2007. MARQUES, Luiz. Capitalismo e Colapso Ambiental. Campinas: EDUNICAMP, 2015 

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SANTOS, Boaventura de Souza e CHAUí, Marilena. Direitos humanos, democracia e desenvolvimento. São Paulo: Cortez, 2013. 

SOUZA, Jessé. A tolice da Inteligência Brasileira. São Paulo: Ed. Leya, 2015. 

VALIM, Rafael. Estado de exceção: a forma jurídica do neoliberalismo. Jornal GGN. Disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/estado-de-excecao-a-forma-juridica-do-neoliberalismo-por-rafael-valim VANDANA, Shiva. Biopirataria. São Paulo: Ed. Vozes, 2001.