FICHAMENTO ANALÍTICO
A desigualdade econômica é uma realidade que é caracterizada pela estrutura da própria economia, que beneficia os mais ricos e despreza os mais pobres. Apesar do grande interesse do Fórum Econômico Mundial de erradicar a pobreza, promovendo uma prosperidade compartilhada, o abismo entre os ricos e o restante da sociedade aumentou, a ponto de 1% da população rica, detenha mais riqueza que o restante do planeta. Isso porquê enquanto a renda dos 10% mais pobres aumentam cerca de US$ 65 entre 1988 e 2011, a dos 1% mais ricos aumentou cerca de US$ 11.800, ou seja, 182 vezes mais. Essa situação é extremamente grave, pois essa desigualdade gera muitos efeitos colaterais, como por exemplo o aumento da criminalidade e a insegurança.
As causas dessa desigualdade estão diretamente relacionadas aos super-ricos e as grandes empresas que trabalham exclusivamente para os que estão no topo. Enquanto as ações de empresas enriquecem cada vez mais os executivos, os trabalhadores e fornecedores são pressionados, tendo os seus salários inalterados e, e em alguns casos, até diminuído. Sem falar da evasão fiscal, que fazem com que os lucros das empresas aumentem, pelo fato de pagarem menos impostos, o que nos faz acreditar que para lucrar, vale qualquer coisa, e o restante do mundo vive vedado por uma fachada enganosa que camufla os problemas sócias e a maldita corrução.
O atual período econômico em que vivemos e que favorece o 1% da população, está baseada em uma série de falsas premissas que fundamentam muitas das políticas, investimentos e atividades de governos, empresas e indivíduos ricos, e que não se importam com a necessidade do restante do mundo, que sofre com a pobreza. Dentre as premissas existentes, a que mais causa medo é a que diz que a riqueza individual extrema é benéfica e um sinal de sucesso, e a desigualdade não é relevante. Ideias como essa precisam ser desmistificadas rapidamente. Elas são desatualizadas, retrógradas e não conseguiram gerar um ambiente de prosperidade e estabilidade compartilhadas. Elas estão nos empurrando para o abismo.
Analisando essas informações, é perceptível que surja um novo senso comum, para que seja possível o começo de uma nova economia, que tenha o objetivo de beneficiar os 99%, não o 1%, onde os governos não compitam e trabalhem para os 99%, onde as empresas pensem em beneficiar todos, a tecnologia esteja a serviço de todos. A propósito, a humanidade possui talentos e imaginação inacreditáveis, que podem operar nesse sentido, beneficiando a todos.
Referência:
OXFAM (Oxfam Brasil). Confederação Internacional. UMA ECONOMIA PARA OS 99%: Chegou a hora de promovermos uma economia humana que beneficie todas as pessoas, não apenas algumas. 2017. Disponível em: https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/economia_para_99-sumario_executivo.pdf . Acesso em: 28 fev. 2018.
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