RESENHA
Uma reflexão com John Dewey sobre a educação contemporânea, é uma produção fruto de um trabalho acadêmico iniciado há mais de 35 anos na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. A produção consiste na exposição das experiencias de Maria Nazaré a serviço de um exame atento das relações entre teoria e prática na pedagogia. A partir de suas analises proveniente das discussões entre Herbart e Dewey, a autora se estabiliza no movimento renovador da educação, como se convencionou denominar. Tal movimento teve mérito de reverter a situação sinistra da escola, como o texto se refere, em busca de base teórica sólida para apoiar a crença de que a criança é originalmente ativa e não passiva.
O primeiro texto do livro, “Educação: Teoria e Agir Prático”, é dedicado a demarcar os aportes teóricos. Que é de fato as contribuições teóricas, que foram apoiadas com o estudo das proposições de Dewey, onde se destaca o enfrentamento de problemas atuais da educação. Essas analises possibilitaram a afirmação clara da autora, que se posiciona em favor da fusão entre teoria e prática dizendo: “Acredito que só um educador bem respaldado do ponto de vista teórico terá condições de conscientemente tirar proveito e ensinar com engajamento consistente”. A partir dessa convicção Maria Nazaré da continuidade a produção e escreve o segundo texto do livro, “Pisa: Tentativa de Explicitar seus Pressupostos”. Que diz respeito a conhecer e aplicar o conhecimento, partindo das noções deweyanas de construção contínua da experiência e de aprendizado autorregulado, que dá autonomia no habito de pensar e aprender. O terceiro ensaio, “Depois do Pisa, Pita”, trata de um programa ainda em elaboração pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que terá as mesmas bases teóricas do primeiro, aplicadas à avaliação de professores. No quarto capítulo “Ensino por Competências”, se destaca os instrumentos de avaliação de alunos no Brasil, tal como, o Saeb e o Enem, apontando a problemática dos investimentos que acabam sendo em vão.
A última parte do livro apresenta, como diz o título, uma proposta de “Filosofia da Educação como Disciplina Autônoma”. Aqui, a autora se baseia na crença do pensador alemão Herbart na educabilidade, mas se desprende de sua ideia à subordinação do educando à “imposição autoritária de conteúdos e matérias de ensino”.
Acredito na expressão utilizada no texto, Ninguém Ensina Ninguém: o ato de aprender é uma grande contribuição, que pode ser dada pela grande dedicação dos teóricos que tentam consolidar a presença da filosofia na educação ou pelo posicionamento da autora. Afinal, o conhecimento se adquire de diversas formas e meios, logo na pedagogia, a exploração do teórico e do prático é válida e só tem a acrescentar na formação do aluno.
REFERÊNCIA
REVISTA USP, São Paulo: Uma reflexão com John Dewey sobre a educação contemporânea. n.82, p. 215-217, junho/agosto 2009. Disponibilizado pela professora Wilza, através da plataforma moodle.
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